quinta-feira, 27 de dezembro de 2012


E se despediu com: "Posso roubar mais um pão de queijo?"
Respondi que sim, mas a pergunta incomodou um bucado. Esse negócio de pegar comida na hora de dar tchau lembrou o que eu fazia na adolescência quando ia da casa da minha mãe para um programa qualquer com os amigos.
Ele mora com a mãe, já não é mais um garotinho, pensei enquanto bebia uma xícara de café e olhava para aquele sorriso lindo, mas sempre igual, que ele estampava nas mais diferentes situações.
Nunca confie em alguém que exibe o mesmo sorriso de divulgação. Meu "alerta vermelho" acendeu nesse instante: esse cara não é pra mim.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O que chamou atenção foi a maneira como me receberam durante as entrevistas feitas recentemente em algumas empresas. É curioso o modo como variam as atitudes dos profissionais de RH, desde aquele que tenta fingir se interessar pelo que você está falando até a psicóloga que te trata como um detento em regime de liberdade provisória.
Trabalhei por quase 6 anos em empresa multinacional e quando mostro o curriculum as pessoas acham que perdi a grande oportunidade da minha vida. Eu era feliz antes de exercer a profissão, mais feliz ainda porque vivia sem pressão para atingir resultados.
Dias atrás precisei ir ao centro da cidade fazer uns pagamentos rotineiros e inevitavelmente cruzei a rua em frente ao antigo trabalho. Sabem de uma coisa? Não senti saudade e as recordações foram desagradáveis.

sábado, 24 de maio de 2008

Hoje só escrevo pra dizer que não consigo escrever.
Não sei produzir textos criativos e também não sei fazer contas com frações.
Feio, né?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Curitiba

Há de se concordar que, aos domingos, a cidade ecológica tem o seu charme!




segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

E decidi por fazer um curso intensivo de Mandarim! Agora tenho as tardes livres. Sendo assim, é bom ocupar a cabeça e não deixar espaço para as provocações do ócio.
O que posso afirmar com toda certeza sobre o idioma chinês? Bem, trata-se de uma língua extremamente difícil para aprender quando adulto e, mesmo me empenhando todas os dias e estudando em casa após a aula, não consigo memorizar os ditos cujos ideogramas.
O Mandarim tem umas pronúncias de dar arrepios, uns sons que eu nunca pronunciei na vida e tem outro detalhe "facilitador": o professor.
O fato de o cara vir da China é bom para nos ajudar na pronúncia, mas é quase impossível entender o que ele fala em Português. No primeiro dia de aula eu pensei em desistir. Querem exemplos?
1 -Ele fala "parede", mas quer dizer "parte"
2 -Ele diz "prava" para "palavra"
3 -"Tái" é uma tentativa de me chamar pelo apelido "Dai", já que ele não consegue pronunciar meu nome.
Mas a persistência é uma de minhas principais virtudes.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

E aqueles doces vagabundos do tipo pé-de-moleque, puxa-puxa, entre outros? Sabemos que é ruim, enjoativo e de péssima qualidade, mas comemos.
E aquela pinga de procedência duvidosa que compramos pra fazer caipirinha? Vai dar dor de cabeça, mas tomamos.
A fritura do pastel do chinês que temos certeza que vai dar azia? Engolimos e ainda pedimos um refri para o bolo de gordura descer melhor.
A vida é assim. Sabemos que vai dar bosta, que a cara vai quebrar, que o coração vai partir, que as lágrimas irão transbordar os olhos...mas a gente insiste na porcaria.
Todo mundo é um pouco masoquista no que se refere aos sentimentos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Optei por percorrer a avenida enquanto retornava à minha casa, afinal, era um caminho mais movimentado e com melhor iluminação. E outra: a tarde caía e o medo de andar na rua à noite, mesmo sendo no início dela, fez com que eu desistisse das alternativas pacatas de estrada.

Faltava uma única quadra para chegar ao destino, quando avistei um andarilho. Perneta, permaneceu parado, muleta no chão. Ele balançava a cabeça em movimentos sincrônicos - esquerda, direita, esquerda, direita - de modo que pude observá-lo a escovar os dentes, de costas para um pessoal que esperava o ônibus e de frente para um outdoor de vidro que parecia estar sendo utilizado como espelho pelo mendigo.

Um pobre homem escovando os dentes. Longe de ser arte contemporânea para contemplação, mas se eu tivesse em mãos uma câmera, naquele momento teria fotografado a imagem dessa tentativa de humanização em contradição à propaganda do painel envidraçado cuja imagem era formada por um lindo e luxuoso carro importado.

O luxo e o lixo, um encarando o outro.